segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Artesanato e identidade

Pessoal,
Publico aqui, texto retirado do site do Sebrae. O link está logo abaixo para vcs poderem ler ou acessar outros textos.
O site do Sebrae tem uma área dedicada ao artesanato munida de muitas informações.
Boa leitura!


Identidade cultural no artesanato


Fonte: Termo de Referência Artesanato

Valorizar a cultura do espaço territorial e o conjunto de símbolos que caracterizam o artesanato é condição essencial para o desenvolvimento do setor


O artesanato obedece às leis da oferta e da procura e, por isso, as intervenções de especialistas em análise de mercado são necessárias para prever e corresponder às expectativas dos clientes. Contudo, a identidade cultural do artesanato deve ser preservada, valorizando as tradições regionais, a habilidade dos artesãos e as relações existentes nos grupos.
O artesanato resulta de saberes acumulados por gerações em diversas comunidades organizadas por todo o país. Os artesãos são herdeiros de técnicas e conhecedores dos recursos naturais existentes em suas regiões. Seus conhecimentos são transformados em objetos inspirados em seus valores e visão de mundo e, desse modo, criam e reinventam uma das formas mais singulares de representação da identidade cultural.
O artesanato brasileiro é conhecido em todo o mundo por sua criatividade. Esse rico conjunto de produtos, desenhos e tons surgiu da herança dos povos que por aqui passaram. O índio nativo já fabricava instrumentos em barro e corda; os negros trouxeram trabalhos em cerâmica cozida; os colonizadores europeus acrescentaram os bordados e rendas.
Desenvolver produtos artesanais de referência cultural significa valer-se de elementos que reportem o produto ao seu lugar de origem, seja pelo uso de elementos simbólicos que façam menção às origens de seus produtores ou de seus antepassados, seja pelos materiais utilizados. Portanto, a identidade cultural é caracterizada por costumes, ritos, mitos, cores que remetem à paisagem local, pelas imagens prediletas, pela fauna e flora, pelos tipos humanos retratados e seus costumes mais singulares, que contribuem para distinguir um determinado grupo social dos demais. O outro aspecto que caracteriza uma determinada cultura relaciona-se ao uso de matérias-primas disponíveis na região e de técnicas de produção que foram passadas de geração em geração. Esses são os atributos mais valorizados por um mercado globalizado. Podem ser citados como exemplos, entre tantos outros: as bonecas de cerâmica do Vale de Jequitinhonha e o trançado Estrela de Olímpia em São Paulo.
É importante que todas as pessoas que de alguma forma estejam ligadas ao artesanato como técnicos, especialistas e pesquisadores, assim como o próprio artesão, conheçam profundamente os referenciais que distinguem uma região, bem como a importância que o público confere à representação desses aspectos nos produtos artesanais.
Como deve ser feita a intervenção na renovação da oferta de produtos é um tema em que se percebem opiniões divergentes entre os profissionais que trabalham com artesanato. Para muitos, o surgimento de novos produtos deve ser resultante de um processo espontâneo de criação dos artistas populares. O argumento em defesa da não intervenção do design nesses processos de criação artesanal é o temor da possibilidade de descaracterização dos produtos originais. Isto pode provocar o desaparecimento de certas categorias, tipologias, padrões e outros elementos de reconhecimento e identificação cultural de uma determinada região ou grupo social.
Os que defendem a intervenção dos profissionais do design acreditam que esse é um modo de agilizar e dinamizar as relações comerciais entre os artesãos e o mercado, gerando incremento de trabalho e de renda para os artistas e para a região.
Como se pode constatar, a questão que se coloca não é mais se devem ou não ser feitas intervenções, mas como intervir sem descaracterizar, valorizando e reforçando as tradições regionais. Uma ação séria e consequente deve, em primeiro lugar, procurar conhecer profundamente as tradições da região, a origem do artesanato local e as diferentes categorias existentes. São essas particularidades que irão orientar o nível e profundidade das mudanças, de modo a diminuir a possibilidade de descaracterização dos produtos criados.


http://www.sebrae.com.br/setor/artesanato/sobre-artesanato/identidade-cultural/integra_bia?ident_unico=652










Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bacana esse artigo. Fico contente por saber que busca informações em outros sites e blogs e compartilha essas informações com seus leitores.
Parabéns!